“Ano novo, dívidas novas”. Algumas prefeituras de Mato Grosso levaram o dito popular a sério e iniciaram 2024 pagando investimentos em festas. As celebrações de fim de ano, tradicionalmente marcadas por queima de fogos, shows musicais e outras atividades culturais, parecem ter ultrapassado os orçamentos municipais, deixando um rastro de compromissos financeiros para o novo exercício fiscal.
Em meio a um cenário de recuperação econômica pós-pandemia, onde a expectativa era de um manejo mais cauteloso das contas públicas, os gastos com as festividades de dezembro levantam questionamentos sobre a responsabilidade fiscal dos gestores envolvidos. Embora as festas de fim de ano sejam importantes para o fomento do turismo e da economia local, o endividamento gerado por essas comemorações pode comprometer a capacidade dos municípios de atenderem a outras demandas essenciais ao longo do ano, como saúde, educação e infraestrutura.
Relatos indicam que, em alguns casos, os gastos com artistas de renome nacional e estruturas de eventos grandiosas não foram acompanhados por um planejamento financeiro adequado. Isso resultou em compromissos assumidos sem a devida previsão orçamentária, o que agora obriga as prefeituras a realocarem recursos ou buscarem novas fontes de receita para honrar tais despesas.
A população, por sua vez, expressa sentimentos mistos. Enquanto alguns celebram a volta das festas de grande porte como um sinal de normalidade e um impulso para o comércio local, outros criticam a gestão dos recursos públicos, apontando para as prioridades que poderiam ser melhor atendidas com o dinheiro agora destinado ao pagamento de dívidas.
O Tribunal de Contas do Estado (TCE) já sinalizou que estará atento às contas dos municípios neste início de ano, e espera-se que haja uma avaliação criteriosa sobre a legalidade e a eficiência dos gastos realizados. A situação serve como um alerta para que, nos próximos anos, haja um equilíbrio maior entre a celebração das datas festivas e a sustentabilidade financeira das prefeituras do Mato Grosso.
Fonte: gazetadigital.com.br